Tratamento de efluente doméstico e efluente sintético agrícola em sistema alagado construído vertical plantado com TIFTON 85 ; Treatment of domestic effluent and agricultural synthetic effluent in a vertical constructed wetland system planted with TIFTON 85

A preocupação com as substâncias classificadas como contaminantes emergentes (CE) tem aumentado devido aos potenciais riscos ao meio ambiente e à saúde de animais e humanos. Os CEs têm sido encontrados em corpos d\'água, efluentes de ETE e, ocasionalmente, na água potável. Os tratamentos convencionais das estações de tratamento de água e águas residuais possuem baixa ou nenhuma remoção de CEs, necessitando-se de tratamentos adicionais para a sua remoção. Sistemas alagados construídos (SAC) estão entre as tecnologias recentes comprovadamente eficientes para o tratamento de águas residuais. São sistemas de baixo custo, facilmente operadas e mantidas e têm um forte potencial de aplicação em países em desenvolvimento. Este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência do tratamento em SAC de esgoto doméstico e efluente sintético agrícola contendo glifosato, atrazina e 2,4-D. Foram utilizadas quatro unidades de SAC fluxo vertical em escala piloto, dois com meio filtrante de argila expandida e dois compostos por camadas sobrepostas de areia e brita. Para cada meio filtrante há uma unidade plantada com capim tifton-85 (Cynodon spp.) e uma unidade não plantada. Todos os tratamentos utilizados promoveram a remoção de turbidez, condutividade, DQO, DBO, fósforo total e nitrogênio total. Foi removido até 90% da turbidez do efluente. As remoções de DBO e DQO atingiram altas remoções de até 91% ± 2 e 92% ± 2, respectivamente. A remoção de fósforo total variou de 41% ± 11 a 65% ± 7 e o nitrogênio total de 23% ± 6 a 41% ± 4. O tratamento com meio filtrante areia e brita promoveu maior remoção de carga orgânica e toxicidade crônica, provavelmente por promover um ambiente mais propício para a formação do biofilme. O glifosato foi removido em taxas superiores a 93%. A atrazina não foi detectada em nenhuma amostra de efluente tratado. A remoção de 2,4-D variou entre 72% e 93%, possivelmente por ser mais tóxico. Não foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre as unidades plantadas e não plantadas. ...